quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Homem. O menino.

Ele era peça rara. Despertava paixão e ódio. Uma daquelas pessoas que são sempre vermelho, nunca bege. Bom de briga, não fugia. Mas depois de certa idade já não procurava, o que era um sinal do tempo. Sua cabeça era sempre cheia de sonhos, mas nem mesmo ele sabia disso. Achava que era molecagem. Adorava a escola por conta dos amigos e em especial das “amigas”. De tão inteligente, se fingia de burro. Sua curiosidade aguçada era a maior prova do seu talento pra qualquer coisa que quisesse de verdade fazer. Ia pro samba, mas nasceu de pé torto. Um dia tentou dançar e derrubou a dama no salão. A única coisa que ganhou foi um tapa na cara e a risada dos amigos. Gostava mesmo das músicas que transitavam entre o rock e o rap, mas pra ficar com a galera encarava a batucada. As vezes ficava sozinho na varanda da casa. Enquanto todo mundo dormia ele ainda tentava descobrir o que havia sobrado do seu céu inquieto de menino.


O que sobrou do céu, O Rappa

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