Ela já ficava desconcertada. Apesar de discreto, o olhar dele era certeiro. Beirava a indecência. Acompanhada do amigo, não sabia mais onde esconder-se. Depois da terceira dose, já não tinha mais certeza se queria fugir. A situação parecia instigar mais o olhar libidinoso. Sem saber para onde mirar, resolveu ir ao banheiro. Sentiu-se acompanhada. Sem pedir permissão, ele logo a pegou firme pela cintura. Uma dança disfarçada no meio da multidão. Não disseram nada, mas o ar pesava. As pernas ficaram moles. Antes que ela corresse para o banheiro, por inúmeros motivos, ele lhe falou ao ouvido: “Te espero. Dá um jeito”. Ela não respondeu.
Voltou rapidamente para seu par, que esperava pacientemente na mesa. Sem falar muito, deu-lhe um beijo de mulher-dama. Foram embora. Ele teve a sua melhor noite. Pobre homem, mal sabe que toda volúpia foi dedicada ao intenso desconhecido.
Logo Agora, Jorge Aragão e Emílio Santiago.
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