sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Alma em descompasso

O bar era bacana. As pessoas indiferentes. Os amigos muito especiais. Mas a música, nossa, essa não podia ser pior. Sua cabeça já não estava boa, uma mistura de cansaço, fome e acúmulo faziam dela chumbo. Só amigos tão queridos para desviarem-na do seu caminho.

O telefone tocou, certamente era um convite para ouvir jazz de bom compasso. Foi impossível não fazer comparação. Música eletrônica tocada em um bar comum, sem luzes ou embriaguez, definitivamente não faziam seu estilo. Pensou muito no jazz, na bossa, no Cartola, em lugares repletos de pessoas acima de 28 anos e no seu misto-quente que nunca chegava.

Lembrou-se do velho Buko, que muito antes de morrer já não ia a grandes shows, mesmo os seus preferidos, sua alma já andava em descompasso. Era isso! Encontrou o diagnóstico: alma fora do lugar. Ainda bem que os amigos deram remédio e a puxaram pelo pé.

Não teve como deixar de soltar um riso debochado. Tinha que admitir: “meninos são diferentes de meninas. Eles se divertem bem mais”.
Como são sabidos os guris.


Tranquilo, Thalma de Freitas.

Um comentário:

Unknown disse...

Amei esse texto! O velho Buko :D.