sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tigresa

Ele olhava para todos os lados. O samba estava cheio de moça boa, mas nenhuma ainda o havia apetecido. Quando ela chegou, ele sentiu um frio na espinha, como se já sentisse aquelas unhas passando de leve nas suas costas.

Desafiadora, tirou onda da cara de cada um da roda. Ria uma gargalhada debochada que vinha de dentro. Sua liberdade transparecia, assim como as brasas que acendiam as vastas ancas. Ele, já embebido naquilo, não enxergava mais nada, nem o que dançava ao seu redor.

Ela se fez de difícil, mas enfim o beijou do jeito que ele imaginara. E também roçou as unham como ele delirara a tarde inteira. Só atiçou sua vontade e foi embora. O moço nunca mais a esqueceu. O encantamento o acompanha até hoje. Ainda é capaz de fechar os olhos e fazer muitas coisas em sua intenção.


Acesa, Alcione.

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