terça-feira, 8 de setembro de 2009

Colo de Iemanjá

Certo momento, quando tudo tornou-se nuvem e desespero, a moça fez besteira. Depois de todo feito, despedaçada, pediu ajuda a quem sabia mais do que ela. Seguiu ensinamentos e aprendeu a entender os sinais. Seus olhos já sabiam voltar para si e encontrar a direção.

Novamente avistava-se revolta, com a diferença de agora ter jangada forte e navegar longe de desatinos. Dessa vez ela reconhecia o definitivo. Era preciso equilíbrio para aceitar resignada a oferta amarga do destino.

Filha de guerreiro, não curvava a cabeça. Mesmo que lhe caíssem lágrimas, essas seriam choradas sabiamente. Correu ao colo de Iemanjá e pediu para ela afastar a loucura. Deixaria morrer parte de si em águas de mar calmo. Chegaria a hora de peixe bom.


Canção para Oxalá / Saudação para Iemanjá / Fabiana Cozza.

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