Sentiu um perfume conhecido. A lembrança.
Ele era miúdo e imponente, muito diferente dos outros. Não chamava atenção pela beleza, mas a mistura de charme, inteligência e cheiro bom davam a liga necessária.
A primeira vez que o viu, recebeu um gracejo desinteressado. Na segunda, a bebida deu coragem para o bailado. A dança de estreia, o encaixe perfeito. Na saída, o cortejo. Uma mensagem. Um telefonema. Um almoço. Uma tarde. Vidros embaçados no batizado do carro novo. Flores, que brotavam somente uma vez ao ano, para comemorar o encontro.
Um enterro onde foi preciso manter a distância. O olhar aflito, no momento mais dolorido, selou o abraço da cumplicidade.
As flores do vaso nunca mais desabrocharam.
Cabide, Martinália.
05/08/2009
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