Não conseguiu chorar, pois julgou descabida aquela culpa. De outras feitas ela carregou a marca do erro. Dessa vez ela só trouxe consigo o hiato que se formou diante da reação.
Foi embora tremendo, reflexo de sentimentos que não se explicavam. Andou pela rua suspensa em si. Indagou-se se fizera bem. Condenou-se por tanta sinceridade. Lembrou da voz ouvida naquela tarde e de como seu peito se encheu de felicidade só em pensar nas possibilidades. A primeira frase inundou seu coração: “amo você...”, o que veio depois das reticências dilacerou.
Fez uma parada no caminho e olhou para o nada. Iemanjá afagou seus cabelos, sussurrando que fizera o certo. Oxossi a sacudiu: estava orgulhoso dela.
Senhora Liberdade (Wilson Moreira / Nei Lopes) - Zezé Motta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário